Estamos vivenciando um momento de retrocessos dos direitos conquistados historicamente com muita luta. Um período de crise que se espalha nos aspectos econômicos, políticos ambientais e sociais. Vivenciamos uma retomada dos ideais neoliberais, ancorados a interesses do capital internacional. Assim, as nossas cidades são reprodutoras dos anseios de um projeto de poder que tem o lucro como base.
Pensar a questão urbana na atual conjuntura brasileira é atrelá-la às contradições que constituem a sociedade capitalista. Assim, as cidades são espaços de produção e reprodução do capital à medida que se apresentam mercantilizadas. Entretanto, como espaço de extrema desigualdade e disputas de interesses distintos, o solo urbano é também cenário de lutas sociais em torno das mais diversas questões que o constroem, como mobilidade, moradia, saúde, educação, lazer.
Em tempos de ofensiva conservadora, refletir acerca da questão urbana requer uma análise íntima com as discussões que envolvem o urbanismo. A cidade como um direito coletivo e igualitária a todos/as é também um processo permanente de luta contra as mais diversas formas de opressão.
A violência contra a mulher, o genocídio da juventude negra e as práticas homotransfóbicas são algumas das expressões de uma cidade em que as relações e a reprodução da vida social baseiam-se na produção e acumulação de capital.
Com o tema URBANISMO EM TEMPOS DE CRISE: AS LUTAS CONTRA RETROCESSOS E OPRESSÕES, o urbBA[18] organiza-se em torno de três eixos temáticos: a) urbanização em processo; b) produção contemporânea do espaço; c) urbanismo e regulação: quem regula a cidade, com quais instrumentos.
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