Na madrugada do dia 08 de julho de 2019, após fortes chuvas na cidade de Salvador, uma casa desabou na rua Hamilton Sapucaia, na Gamboa de Baixo. De acordo com diversas fontes da imprensa, a Defesa Civil de Salvador (Codesal) não tinha notificado o(a) propritário(a) do referido imóvel acerca do eventual risco de desabamento, pois só é possível fazer essa notificação após registro de pedido de vistoria. Mesmo assim, a proprietária da residência, Gleide dos Santos dos Passos, informou que ao longo dos três meses que antecederam o acidente, ela havia entrado em contato com a Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa), depois de perceber um vazamento em frente a sua casa. Após buscar ajuda através da Embasa para solucionar o vazamento que, segundo a moradora, deixava sua casa constantemente molhada, Gleide foi até o local do vazamento e tampou a cratera, o que não resolveu a situação.
Em nota, a Embasa informou que duas ocorrências foram registradas para solucionar os vazamentos de pequeno porte no hidrômetro, sendo, segundo a empresa, concluídos na mesma data de solicitação. Disse ainda que as redes de água e esgoto do local foram afetadas pela movimentação de terreno encharcado pelas fortes chuvas que atingiram a cidade no domingo, 07 de julho de 2019. A rede de água foi fechada durante um período para reparos, da mesma forma a energia foi cortada, afetando as atividades na comunidade.
Em nota, a associação dos moradores relatou que, além do desabamento da casa da referida moradora, houve um escorregamento do muro, que destruiu a única passagem existente para aproximadamente 50 famílias que residem na área. Apesar da presença da Codesal, os moradores seguem preocupados com a cratera que se abriu em um dos acessos a comunidade, que tem extensão de, aproximadamente, quatro metros de largura e seis de profundidade. Isso porque, segundo os moradores, "A Codesal apenas jogou uma lona lá", o que não soluciona a situação.
Para chamar a atenção da população da cidade sobre o caso, os moradores realizaram uma manifestação na avenida Contorno na noite desta segunda, 08 de julho de 2019. A polícia esteve no ato e os convenceram a liberar a via. Além do protesto, os residentes estão se organizando para buscar ajuda com outros órgãos.
A Ouvidoria Cidadã da Defensoria Pública da Bahia – DPE/BA, foi até o local, verificar as informações e dar a visibilidade do acontecido aos órgãos competentes para que ações sejam tomadas. A ouvidora geral, Sirlene Assis, que viu de perto toda situação, já entrou em articulação com a DPE/BA. “A comunidade está em risco de sofrer outro deslizamento de terra, de abalar outras casas. Vamos fazer toda mobilização para que voltem os serviços e se volte a transitar na localidade. Eles precisam se locomover para poder ir trabalhar e estudar. A prefeitura precisa fazer um espaço que possa possibilitar a mobilidade da comunidade e uma contenção da encosta para que outras casas não venham também desabar”.
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