Texto de Clara Rocha
Publicado em 26 de outubro de 2021
O programa Minha História Conto Eu foi idealizado pela jornalista e multiartista Alessandra Flores e realiza, dentre outras coisas, oficinas artísticas, de escrita e teatro de boneco. O Projeto, que já está na sua terceira etapa, teve a primeira realizada em Mata São João, em 2014, por meio do edital Calendário das Artes, e a segunda em 2016, em parceria com a Fundação Pierre Verger.
No dia 7 de abril de 2021 aconteceu o lançamento, durante a terceira etapa do programa, do e-book do livro Assoalho de Lembranças, composto por poemas escritos por mulheres residentes no em Alagados de Itapagipe.
O livro físico foi lançado em 2017, com recursos do edital Arte Todo dia, da Fundação Gregório de Mattos, que teve como contrapartida as oficinas criativas. Agora, através da Lei Aldir Blanc, foi lançado o e-book e o projeto Mulheres Marés: da lata d’água na cabeça à luta pelo chão, que consiste em quatro performances virtuais com poemas escritos pelas mulheres de Itapagipe.
A região, é conhecida por esse nome por ser uma área de maré da Enseada dos Tainheiros que começou a ser ocupada em 1943 por famílias, algumas chegadas do interior, que fincavam estacas no fundo da baía, presas a entulho e lixo não reaproveitável, e sobre elas juntavam pedaços de madeira que, depois, recebiam o nome de lar.
Dona Elza Candido Barros, 69 anos, uma das escritoras do livro comenta em matéria para o jornal A Tarde das dificuldades enfrentadas por ela quando morava nas palafitas em Alagados e da importância da luta por uma moradia digna.
“Tinha como não lutar por moradia? É triste, menino. A vida na maré [em Alagados] é triste. Mas, graças a Deus, está acabando”, afirma Elza, sobre as quase 100 famílias que ainda em 2021 aguardam para sair das palafitas.
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