No último dia 23 de abril de 2021 o secretário da fazenda, Waldery Rodrigues, confirmou em uma coletiva de imprensa que o censo demográfico de 2021, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, está cancelado.
De acordo com Rodrigues, o levantamento foi cancelado devido aos cortes orçamentários direcionados ao instituto – a pesquisa perdeu 96% do orçamento previsto, que foi reduzido de R$ 2 bilhões para R$ 71 milhões.
Susana Guerra, que comandava o instituto antes dos cortes, e seu substituto, Eduardo Rios Neto, publicaram artigo no Jornal O Globo, com trechos destacados pelo G1, defendendo a realização do Censo. Nele, frisam que "além de ser um instrumento fundamental para o pacto federativo e a calibragem da democracia representativa, a contagem da população permite a determinação dos públicos-alvo de todas as políticas públicas nos âmbitos federal, estadual e municipal".
O ponto é corroborado por especialistas, que alertam para o risco de um apagão estatístico diante da mais grave crise sanitária mundial do século.
É importante lembrar que como o último censo feito foi em 2010, as pesquisas por amostragem vão espelhar uma realidade daquela década, que não existe mais e nos últimos 11 anos, tivemos muitas mudanças na população. Por exemplo, não sabemos como as pessoas se movimentaram ou se envelheceram. Isso tudo é relevante ainda para que cidades e estados saibam o número de escolas que são necessárias e o total de hospitais, por exemplo.
Em nota, o IBGE disse que retomará as tratativas com o Ministério da Economia (ME) para planejamento e promover a realização do Censo Demográgico em 2022, de acordo com cronograma a ser definido em conjunto com o ME.