Barra

De acordo com os dados dos infográficos presentes neste site, em 2010, o bairro Barra contava com uma população total de 17.298 habitantes, a maior parte se autodeclarou branca (54,74%), do sexo feminino (57,73%) e se encontrava na faixa etária de 20 a 49 anos (47,8%). No que diz respeito aos domicílios, 2,07% dos responsáveis não eram alfabetizados, 28,4% estava na faixa de 5 a 10 salários mínimos e a renda média dos responsáveis por domicílio no bairro era de R$ 6.585,00. Já com relação a infraestrutura ofertada, 99,05% dos domicílios contavam com coleta de lixo, 99,49% com abastecimento de água e 99,36% com esgotamento sanitário.

 

Histórico

Texto de Jonas Oliveira Santana* e Mayara Mychella Sena Araújo**

Publicado em 04 de dezembro de 2019

 

O bairro da Barra é um dos mais tradicionais e antigos da cidade de Salvador. Segundo Lins e Santana (2012), a sua origem data de antes mesmo de Salvador surgir como cidade, as primeiras ocupações se deram, em 1536, com a instalação de uma vila pelo donatário Francisco Pereira Coutinho. Recebeu como primeiro nome Vila do Pereira, vindo a ficar conhecida posteriormente como Vila Velha, localizada nas imediações do atual Porto da Barra, na época contava com uma população de cerca de 100 habitantes (VASCONCELOS, 2016). Com o objetivo de ofertar proteção ao povoado, o donatário construiu um forte, que foi nomeado Forte de Santo Antônio da Barra, o primeiro em continente americano.

Ainda de acordo com os referenciados autores, no século XVIII, nesta fortificação foi construída uma torre com um farol, agregando a edificação não só a função de defesa, como também a de orientar a navegação noturna. Vindo a se tornar, um dos cartões postais mais conhecidos do Brasil, o Farol da Barra, que atualmente abriga o Museu Náutico da Bahia.

Com a abertura dos portos, em 1808, estimulou-se fortemente a presença de estrangeiros no país, que aqui se estabeleceram em função das relações comerciais. Em virtude dos acordos assinados entre Portugal e Inglaterra, os britânicos foram os mais favorecidos, o que ocasionou a imigração de muitos ingleses para o Brasil em busca de oportunidades (LINS; SANTANA, 2012). A maioria desses imigrantes instalaram-se na região do atual bairro da Barra, desempenhando um importante papel no processo de ocupação do bairro, já que foram responsáveis pela implantação de moradias, casas comerciais e o Cemitério dos Ingleses, o primeiro a céu aberto no país.

Até o século XIX, a Barra permanece pouco conectada com o então centro da cidade. Na primeira metade do século XX, com a implantação da Avenida Sete de Setembro, ocorre a consolidação do bairro, haja vista sua conexão a área central.

Nas proximidades do Farol da Barra, na referida avenida, foi erguido o edifício residencial Oceania, em 1944, considerado um marco na arquitetura moderna. Alterando a paisagem arquitetônica e urbanística não só na Barra como também em toda a Salvador e iniciando o processo de verticalização da cidade e do bairro (LINS; SANTANA, 2012).

As transformações continuaram e, em 1949, surgiu a primeira avenida de vale de Salvador, a Avenida Centenário, que faz a ligação do Dique do Tororó com a Orla Atlântica, ocasionando o surgimento e a consolidação de inúmeros loteamentos no bairro. Vale lembrar que nessa época já existiam ocupações populares, a exemplo da comunidade Roça da Sabina.

Com a ocupação do bairro mais consolidada, com edifícios verticalizados, voltados principalmente para as classes médias e altas da sociedade soteropolitana, a qual passa a incorporar em seu cotidiano novas necessidades e desejos de consumo. Sendo esse um dos principais motivos para a construção do Shopping Barra, o qual é inaugurado, em 1987,  provocando alterações no sistema de circulação, influenciando a vida cotidiana dos moradores e aumentando o fluxo de pessoas no bairro (SANTOS, 2013).

Em 2013, foi anunciado pelo então prefeito de Salvador Antônio Carlos Magalhães Neto, a requalificação da orla marítima da Barra, onde foram realizadas intervenções que alteraram o trânsito, linhas de ônibus e retiraram os vendedores ambulantes que trabalhavam no local, modificando a vida dos moradores, dos comerciantes e dos que acessam o bairro.

Hoje a Barra mistura seu caráter comercial e residencial, fazendo com que o bairro possua uma vasta rede de comércios e serviços que atendem a população e aos frequentadores do bairro. Ainda conta com belas praias, patrimônios históricos e é na Barra que se inicia o circuito oficial do carnaval de Salvador, o Barra-Ondina (LINS; SANTANA, 2012).

 


REFERÊNCIAS: 

 

LINS, E.; SANTANA, M. (coord.). Salvador e a Baía de Todos os Santos = Salvador y la Bahia de Todos los Santos. Ed. Trilingüe. Servilla: Consejería de Obras Públicas y Vivienda, Direccíon General de de Rehabilitacíon y Arquitectura, 2012.

VASCONCELOS, P. A. Salvador: transformações e permanências (1549-1999). Salvador: EDUFBA, 2016.  

SANTOS, J: A cidade poli(multi)nucleada: a reestruturação do espaço urbano em Salvador. Salvador: EDUFBA, 2013.

 

SOBRE O AUTOR E A AUTORA:

*Jonas Oliveira Santana é graduando em Arquitetura e Urbanismo pela Faculdade de Arquitetura da UFBA, bolsista do observaSSA, com financiamento da Pró-Reitoria de Ações Afirmativas - PROAE. 

**Mayara Mychella Sena Araújo é Doutora e Mestre em Geografia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Bacharela em Urbanismo pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Atualmente é Professora Adjunta da Faculdade de Arquitetura da UFBA e coordenadora do observaSSA. 

 
 

População

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Associações e Coletivos

Associação de Moradores e Amigos da Barra (AMABARRA)

Contato: (71) 99265-8861

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Galeria

  • Vista de edifício situado na ladeira da Barra por Natália Lins, 2019
  • Vista da orla nas proximidades do porto da Barra por Clara Rocha, 2019
  • Vista de edifício situado na ladeira da Barra por Natália Lins, 2019
  • Vista do Morro do Cristo por Jonas Oliveira, 2019