Barbalho

De acordo com os dados dos infográficos presentes neste site, em 2010, o bairro Barbalho contava com uma população total de 9.227 habitantes, a maior parte se autodeclarou parda (53,53%) e preta (16,92%), do sexo feminino (55,47%) se encontrava na faixa etária de 20 a 49 anos (49,76%). No que diz respeito aos domicílios, 1,62% dos responsáveis não eram alfabetizados, e apesar de 31,6% estar na faixa de 1 a 3 salários mínimos, a renda média dos responsáveis por domicílio no bairro era de R$ 2.544,00. Já com relação a infraestrutura ofertada, 99,34% dos domicílios contavam com coleta de lixo, 99,73% com abastecimento de água e 96,88% com esgotamento sanitário.

 

Histórico

Texto de Caio Vinícius Deiró Teixeira da Silva* e Mayara Mychella Sena Araújo**

Publicado em 27 de abril de 2020

 

 

O Barbalho é um dos bairros do Centro Histórico da cidade, seu nome vem do capitão pernambucano Luiz Barbalho Bezerra (1600-1644), importante figura no contexto das invasões holandesas e responsável pela construção do Forte de Nossa Senhora do Monte Carmo ou Forte do Barbalho (BARRETO, 1958, p. 179). Sua construção aconteceu por volta de 1638, por conta da necessidade de um instrumento de defesa territorial na época das invasões. Vale ressaltar que no século XVIII, por conta do forte estar em ruínas, devido aos conflitos ocorridos no local e à ação do tempo, foi feito um projeto para a reconstrução e implantação permanente do Forte, sendo utilizada a alvenaria de pedra e cal (CALDAS, 1762). Além de uma série de ampliações e modernizações que o moldaram no que se encontra hoje no local (MOREAU, 2011).

Apesar da presença do Forte no século XVII e XVIII, foi apenas no século XIX que começaram a surgir os primeiros trechos residenciais do Barbalho. Tal ocupação acabou por ligar dois outros bairros, o Santo Antônio Além do Carmo e a Liberdade e foi, provavelmente, resultado da expansão da cidade para o vetor norte daquela época (PINTO; MOTA, 2012). 

Já no século XX, no Barbalho, podem ser destacadas a instalação da sede da Escola de Aprendizes Artífices da Bahia, em 1926, que antes se encontrava na Avenida Sete de Setembro; a inauguração do antigo Instituto Central de Educação Isaías Alves (ICEIA), em 1930; o Instituto de Cegos da Bahia (ICB), em 1933; e o tombamento do Forte Nossa Senhora do Monte Carmo, realizado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), em 1957.

Em 1993, a Escola de Aprendizes Artífices da Bahia passou a ser o Centro Federal de Educação Tecnológica da Bahia (CEFET-BA) e em seguida, 2008, se tornou o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA). A presença dessa instituição, assim como a de outros institutos, como o ICB e o ICEIA, desde o século passado, impulsionou a ocupação residencial do bairro. O Barbalho passou, então, a apresentar um aumento em seu número de residentes e de serviços voltados às necessidades locais, tais como lojas de roupas, supermercados, farmácias, distribuidora de água, gráficas, dentre outros. No entanto, mesmo apresentando um acréscimo de residentes e a presença de um comércio, o bairro ainda mostra características do período colonial, principalmente na arquitetura de suas casas, e se caracteriza por ser predominantemente residencial, não havendo presença demasiada de grandes prédios ou hotéis (SIQUEIRA et al., 2016). 

No Barbalho ainda se encontram duas escolas municipais, sendo elas a Escola Municipal Professora Suzana Imbassahy e a Escola Municipal Terezinha Vaz Da Silveira; uma unidade básica de saúde (UBS); uma instituição de ensino a nível estadual, sendo essa, o Centro Estadual de Educação Profissional Isaías Alves, que conta ainda com um teatro voltado a pequenos espetáculos (Teatro do ICEIA); e uma instituição de ensino a nível federal, o IFBA.

 

 

REFERÊNCIAS:

 

BARRETO, Aníbal (Cel.). Fortificações no Brasil: resumo histórico. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército, 1958.

CALDAS, Jozé Antonio. Cartas Topográficas: contém as plantas e prospectos das fortalezas que defendem a Cidade da Bahia de Todos os Santos e seu Recôncavo por mar e terra. [1762]. Arquivo Histórico Ultramarino, Portugal. Disponível em: http://purl.pt/854. Acesso em: 23 abr. 2018.

MOREAU, Filipe Eduardo. Arquitetura militar em Salvador da Bahia: séculos XVI a XVIII. 2011. 373 f. Tese (Doutorado) - Curso de Arquitetura e Urbanismo, História e Fundamentos da Arquitetura, Universidade São Paulo, São Paulo, 2011. Disponível em: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16133/tde-11012012-105548/publ.... Acesso em: 15 abr. 2020.

PINTO, Renata Inês; MOTA, Luciana Guerra. Entorno do Centro Histórico de Salvador: identificação e diagnóstico dos espaços livres nos bairros do Barbalho, Nazaré e Liberdade. Urbicentros #3: morte e vida dos centros urbanos. Anais... . Salvador, 22 a 24 de outubro de 2012. Disponível em: <http://www.ppgau.ufba.br/urbicentros/2012/ST309.pdf>. Acesso em: 23 jan. 2020.

SIQUEIRA, Alexandra et al. Análise do Perfil dos empreendimentos do entorno do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia na região do Barbalho, Salvador-BA. In: Congresso Nacional de Excelência em Gestão, 12., 2016, Rio de Janeiro. Anais... . Rio de Janeiro:... , 2016. p. 1-25.

 

 

 

SOBRE O AUTOR E A AUTORA:

*Caio Vinícius Deiró Teixeira da Silva é bacharel em Ciência e Tecnologia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e Graduando em Arquitetura e Urbanismo pela Faculdade de Arquitetura da UFBA, voluntário do observaSSA. 

**Mayara Mychella Sena Araújo é Doutora e Mestre em Geografia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Bacharela em Urbanismo pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Atualmente é Professora Adjunta da Faculdade de Arquitetura da UFBA e coordenadora do observaSSA. 

População

Domicílios

Áreas Verdes

Associações e Coletivos

Associação Comunitária do Barbalho e Santo Antônio (ACOBASA)

Site